domingo, 7 de março de 2010

Quando eu era uma criança


Quando eu era uma criança


Por: Linda de León

“Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino, sentia como menino; mas quando cheguei a ser homem, desisti das cousas próprias de menino”. (I Corintios 13:11)

Quando era criança tinha aspirações grandes  e nobres para meu futuro.  Nenhuma dessas coisas estereotípicas das mulheres como professora, enfermeira, secretária, dona de casa, serviam para mim. Quando alcancei a idade de 5 - 7 anos, minha resposta à pergunta proverbial, o que vais ser quando fores grande, era que queria ser uma fabricante de sorvetes. Que forma mais interessante se podia ter para  ganhar a vida?

Quando era criança nunca me ocorreu que poderia adoecer e cansar-me de comer sorvetes e pior ainda, que isto podia ser danoso para minha saúde. Eu pensava somente no  gozo temporário do sorvete saboroso e cremoso que se resvalava por minha garganta. Minha mente infantil se ajustava à alegria de curto prazo em minha vida. Por quê? porque, “quando eu era criança... eu entendia e pensava como criança”.

O apóstolo Paulo não está falando do limite de idade da criança, então temos que assumir que ele está falando do primeiro período de nossa vida. Esses anos anteriores, quando podíamos articular claramente nossas necessidades, desejos e aspirações, meu desejo de ser uma fabricante de sorvetes desapareceu totalmente, pois eu pensava que uma fabricante de sorvetes se sentava ao redor dos sorvetes todo o dia.  Quando fui adulta aprendi que os fabricantes de sorvetes apenas dão uma pequena mordida ou uma ligeira lambida ao sorvete e depois secam a boca. Eles não têm oportunidade de saborear grande quantidade de alimento ou bebida que eles gostam.

Elas são surdas?

Anos depois, durante umas férias familiares diferentes, chegamos a Washington D.C.. A meta de minha mãe era visitar o escritório central da Associação Geral. Recordo perfeitamente à Av. Eastern 6840 NW. em Takoma Park. Estou muito segura que a idéia de minha mãe não figurava na lista de coisas que meu pai tinha para fazer em Washington. Minha irmã Charle e eu tão pouco partilhávamos esse entusiasmo.  Visitar um escritório se o museu era muito mais interessante!

Mas mamãe venceu e essa visita ao escritório central da Associação Geral quando eu tinha 9 anos me ensinou algo importante. A lição que levei para minha casa era que nunca poderia trabalhar na Associação Geral, pois todas as mulheres que havia visto trabalhando esse dia tinham a mesma deficiência e pareciam sofrer do mesmo problema. Muito tempo depois ainda recordava a pergunta que fiz à minha mãe esse dia: Mamãe precisa ser surda para trabalhar na Associação Geral?

Como podes ver, para meus olhos infantis todas as secretárias eram surdas, por isso usavam um audífono (realmente eram audífonos conectados aos ditafones onde as secretárias escutavam as cartas ditadas por seus chefes, relatórios e outras tarefas por fazer).  Porém para minha mente infantil, esses audífonos significavam que as pessoas eram surdas e como eu não desejava ser surda, logicamente nunca poderia trabalhar na Associação Geral.

“Quando eu era menino, falava como menino... e entendia... como menino”.  Meu entendimento era incompleto, pois não tinha nenhum conhecimento do trabalho que realizava uma secretária, não estava familiarizada com o conceito de ditafones, o ambiente de minha infância não me preparou para o que estava vendo, então minha decisão infantil estava baseada em um conhecimento incompleto.

Compreendendo


Quando era criança aprendi que Deus converteu a água em suco de uva, peixe em
um táxi,  mar em um caminho seco e cinco pães e dois peixes em um banquete para milhares. Agora como adulta trato de entender plenamente como Ele pôde converter-me em uma pessoa que possa glorificá-Lo.  Agora que já não sou mais uma menina, busco entender que os erros da vida podem ser também bênçãos de Deus e devo aprender a tirar vantagenes deles.

Eu sei e entendo que a força física vem do exercício e o caminhar diariamente, mas a verdadeira força vem de falar diariamente com Deus. Busco o entendimento maior nessas  conversações diárias, um entendimento que me ajude a caminhar firme e confiantemente,  sabendo que Deus me susterá quando tentado em minha caminhada espiritual.

Isaac Newton justo antes de sua morte disse: “Eu não sei como posso aparecer ao mundo, mas para mim eu... tenho sido... um simples menino jogando à beira do mar e divertindo-me sozinho....encontrando pedrinhas lisas ou conchas mais bonitas... enquanto o grande oceano da verdade fazia tudo ao descoberto diante de mim”.

Que verdades encontraste neste grande oceano? Convido-te a sentar ao lado das pedrinhas e conchas da infância e buscar com entendimento adulto aquelas verdades eternas que estão esperando que as descubras.

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